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MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

O Ficar e o Ir da Gente

"Certas histórias não param de acontecer em nós até o fim da vida."
- Chico Buarque

Este texto é diferente de todos os outros que escrevi para você. É um agradecimento por tê-lo sempre por perto, como uma das constantes da equação que chamo de vida. Porque eu já neguei, já te pedi pra ir, já fui bem dura nos meus comentários. Mas você nunca vai realmente.

E você, que já chamei "ventania", foi se tornando "calmaria" na tempestade dos meus sentimentos.


Ontem não foi um dia legal pra mim, foi um pot-pourri fadado a me fardar de clichês. Foi uma mistura de sensações, de dores que já experimentei antes, de sentimentos que fingi nunca ter sentido. Foi um final intenso para algo que não foi tão intenso assim - mas você sabe que "intensidade" é meu nome do meio.

Ontem eu senti demais o que não havia sentido algum em sentir. Mas, como na música que é quase meu lema de vida, "já vi o fim do mundo algumas vezes, e na manhã seguinte estava tudo bem". Este texto é minha forma de te agradecer por ser minha "manhã seguinte" todas as vezes. Porque você é a conversa que eu quero ter para me sentir melhor.

E eu sinto que já fugi vezes demais.


A verdade é que, quando se foi, eu senti que deveria ter ficado. Que aquele não podia ser um ponto final, então fiz reticências a partir dele. Porque eu ainda quero seu sorriso de algum modo, nem que seja pra lavar minhas preocupações. Porque eu quero aquele emoji que, pra mim, tem um significado completamente contrário ao seu. Quero seus trocadilhos e piadas de duplo sentido que me fazem mais feliz.

Você diz que não me entende (e eu te entendo, afinal, eu também não me entendo), mas o que me importa é que você me conhece melhor. E que conhece o pior de mim e ainda assim fica. A gente não precisa se entender, só aceitar a confusão que nos colocou diante um do outro e ficar se olhando até descobrir as marcas que ficaram em nós. Minha marca debaixo do olho é sua desde aquela quarta-feira em que a reparou.

E eu prefiro acreditar que algo em você seja meu também.


Ontem eu abri minha vida pra você novamente. Sem hostilidade ou pitada de ódio (por isso, nem sei se este texto funcionou desta vez); só o carinho que te dediquei integralmente outrora. Porque eu pensei demais naquele discurso fajuto de "hora errada", e foi em você que eu pensei. E tudo bem se a tal "hora certa" não vier. Eu não sei exatamente pra quê - de qual modo -, mas sei que você é uma/a pessoa certa. E não estou disposta a deixar minha vida passar sem descobrir.

Então só vem e segura a minha mão.

Me mostra que não estou sozinha.



Um comentário:

Marcela disse...

Realmente vc disse tudo. Você vive tudo na intensidade.