Read around the world / Lea todo el mundo...

MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

sexta-feira, 15 de julho de 2016

𝓘 𝓢𝓽𝓪𝓻𝓽𝒆𝓭 𝓪 𝓙𝓸𝓴𝒆

Já faz algum tempo desde aquela música. E eu nem sei direito o que fiz neste intervalo ou o que fazer daqui em diante, mas - como todas as outras vezes em relação a você - venho por uma necessidade inconsciente. A verdade é que eu ainda acho que haja algo a dizer sobre ou para você, e pessoalmente eu não consigo. Diretamente não há voz.

A questão é que eu não pretendia voltar a falar com você. Um dos pontos daquelas reticências deveria ter sido o ponto final; ou nosso "ponto de equivalência", já que somos apenas uma reação. Mas não foi. Nada foi como eu planejei. E eu falei com você, mesmo sabendo que estava errado.

E eu queria que você soubesse que foi apenas porque se sentou ao meu lado. Porque eu comecei a me lembrar de umas coisas que foram boas para mim, e que não tinham a menor relação com você, mas - de repente - me veio a imagem daquela "feira de livros", do seu sorriso, e da primeira vez que eu reparei na forma com que você andava. 

Me lembrei de procurar os seus detalhes em outros lugares.


Hoje eu sugiro uma outra música. Algo que nos afaste de vez, porque eu não posso continuar assim. Não suporto que você faça parte do meu cotidiano. Esta proximidade. Três semanas sem você é muito pouco e eu quero uma vida inteira.

Detesto que agora você use esse óculos e que ele te deixe com uma cara tão de menino. Odeio como ele me lembra de tudo que não pode ser. Porque dois dias de normalidade parecem muito falsos para mim. Nossa unidade de concentração sempre foi outra. E eu sempre fui muito diluída.

E nesta loucura - nisto que definitivamente não é "normal" e eu nunca quis que fosse - eu queria que você fosse capaz de entender aquilo que eu não posso te dizer. O que ficou implícito quando eu fui e quando eu voltei. Queria que fosse capaz de entender a canção, mais do que a letra. A gente sempre interpretou tudo errado...

O problema é que sempre entendi as coisas meio fora de hora.


Fica pra amanhã a cartada final? Ficam as palavras que eu não soube dizer? Sobra aquilo que você fingiu não ouvir? Eu preciso da certeza de que em um momento isso vai acabar. Porque o problema em voga agora nem é mais a questão de poder ou não me machucar, porque já reparei que isso não acontece. É só a necessidade de um término, porque eu sou muito ruim nisso: eu odeio colocar pontos finais; ou deixo em aberto ou rompo com exclamações. E eu preciso de um final pacífico.

Preciso da segurança de saber que está tudo bem, e de que pessoas vêm e vão em nossas vidas. E que, apesar de ter sido tão bom te conhecer, vê-lo ir embora também é algo natural. Nós não fomos feitos para permanecer, e tudo isso foi só para dizer que eu sempre soube que nada disso nunca foi meu. E que, consequentemente, você nunca seria.

Mas que saber não me impediu de tentar. Que eu tinha uma crença, e achava que algumas histórias podiam ser reescritas. No entanto, essa era uma do Nicholas Sparks, e o final estava óbvio desde a primeira página. Para quê continuar lendo esse livro? Aquele dia foi apenas um capítulo mal escrito, algo que não cabe mais. Eu cometi um erro.

Você é um erro que eu continuo cometendo.




"Well, since I got no message on your answer phone
And since you're busy every minute
I just stay at home
I make believe you care
I feel you everywhere
But I'm still alone"