Read around the world / Lea todo el mundo...

MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

♫ ...тнє ℓιє вє¢σмєѕ тнє тяυтн... ♫

Mentira dói.

Dói em todo mundo. Dói ouvir uma série de mentiras, assim como dói ter que mentir.

Eu não queria. Escrevo aqui talvez para amenizar esta culpa que está me corroendo por dentro. Escrevo para dizer que menti, que isso está me matando, mas que foi extremamente necessário.

Escrevo aqui para diminuir a minha mentira. Escrevo assumindo; e assumir já é começar à contar a verdade. Escrevo como uma forma de punir a mim mesma. Escrevo para enfatizar meu medo e minha total insegurança. Escrevo para tornar meu pesadelo real.

Escrevo para dizer que foi difícil falar aquelas coisas. Para dizer que pensei muito até tomar aquela atitude, mas que ainda assim a fiz por impulso. Eu não teria dito aquilo no segundo seguinte.

Eu teria dito a verdade. Eu teria assumido todas e quaisquer consequências de minhas palavras. Eu ouviria o que quer que ele me quisesse dizer. Ouviria em silêncio. Ouviria até que as palavras terminassem de sair. Ainda que nada que ele dissesse fizesse sentido.

Ouviria. Faria do jeito dele.

Talvez isso me calasse. Talvez calasse nós dois. Talvez nunca chegássemos à um acordo. Qualquer coisa teria sido melhor do que esse silêncio falso. Ingênuo.

Mas agora eu estou ainda mais confusa. Sei ainda menos o que falar ou fazer. Ao mesmo tempo, vejo sorte e azar. Acho que fiz tudo errado, mas que era a única opção que tinha. E eu me iludo com uma vasta coleção de "se". Se tivesse dito a verdade; se tivesse dito antes mesmo dessa dúvida começar. Se tivesse tentado. Se tivesse tentado esquecer. E se...

E se agora ele estivesse numa janela ridícula de MSN? E se ele soubesse? E se eu tivesse coragem de falar o que quer que fosse?

Talvez agora eu estivesse cantando, trancada no quarto. Talvez estivesse estudando algo mais do que Biologia. Talvez tivesse mudado a música. Talvez eu não estivesse numa viagem patética dentro de mim mesma.

E isso só me faz crer que além de uma coleção de "se", eu tenho também uma coleção de "talvez". Talvez eu nem escrevesse aqui... Provavelmente não...

Eu devia estar leve. E não com esse peso enorme na consciência. Pior do que ter mentido, é não ter mentido direito. Pode até ser que ele tenha acreditado. Mas eu não consegui mentir pra mim mesma, como no fundo eu queria.

Queria que, como na música, a mentira se tornasse verdade.

Eu ainda tenho essa insana esperança... Essa louca vontade de acordar vivendo simplesmente aquilo que eu inventei.

Queria que aquela tivesse sido a verdade. Mas não foi. E eu quase desejo que ele me odeie por isso.

Mas eu quero muito mais que ele me ame por isso. E dessa vez é verdade...


♫ ...тнє ℓιє вє¢σмєѕ тнє тяυтн... ♫