Read around the world / Lea todo el mundo...

MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

domingo, 28 de abril de 2019

Knowing Me, Knowing You

Eu tenho pensado muito em nós dois. Pensar não é algo que eu consiga evitar. Estou tentando entender a dimensão dos meus próprios sentimentos e o que, deles, é mais seu do que meu. No meio disso, estou tentando mensurar o que você tem me dito e procurando, nas suas palavras, o que é meu. Estou avaliando o quanto de nós dois se encontra, pra tentar justificar esse turbilhão.

Estou buscando um único motivo para ficar, e amor não basta. Ele é todo meu, e vai continuar em mim aonde quer que eu vá. E estou fingindo ignorar que, caso você leia e a gente volte a conversar, seus comentários serão ácidos. É que escrever é minha forma de te dizer o que eu não consigo pessoalmente.

Escrever é te contar as conversas que tenho comigo mesma.


Você foi novidade em mim. Foi detalhes que ninguém mais poderia ser. E existir você em diferentes intensidades, desde o último dezembro, foi salvação antes mesmo de eu me sentir perdida. Por isso eu serei eternamente grata. Você me fez uma mulher mais segura, mais forte. E, quando eu me senti desabar, você me mostrou que eu era uma pessoa completa. Me ajudou a ver que havia mais em mim do que o que eles me ajudavam a ser - e que esta base estará comigo pra sempre.

Você me ajudou a ver quem eu era. E eu precisava muito de um olhar de fora. À partir dele, consegui me enxergar melhor por dentro. E pouco não vai me bastar. Assim, eu volto a escrever para você. Porque eu quero que sejamos muito mais do que "o bastante".

Eu quero a palavra que te assusta. Ontem eu usei as que me assustavam.


Nossa história não é algo que possamos medir através do tempo então, por favor, tire esse pensamento da cabeça. Não é uma questão de "cedo demais", e mesmo depois de tudo o que dissemos, ainda não acho que ultrapassamos o limite a ponto de ser "tarde demais". Nem é uma questão de trechos de música, sejam eles de Engenheiros ou ABBA ("If I said I care for you / Could you feel the same way too? / I wanna know // What's the name of the game?"). 

É algo que ultrapassa as nossas conversas, que parece não chegar nem perto das nossas discussões. E que, quanto mais eu questiono, mais eu me pergunto se é "nosso", ou se estamos - cada um de um lado - contando uma história diferente.

Estou buscando um meio termo, porque parecemos estar em dois extremos.


E "compromisso" é uma palavra forte, eu concordo. Mas, para mim, não é um rótulo, um status a ser alterado, uma obrigação. E se é essa a forma com que você enxerga, nós nunca iremos a lugar nenhum. Compromisso é "comprometimento". É unirmos as histórias que estamos escrevendo em uma única - e aqui também não cabe discutirmos "tempo". É usarmos mais "nós" onde antes só cabia um "eu e você" e, assim, assumirmos que fazemos parte da vida um do outro.

É sabermos quando cabe incluir o outro nos nossos planos, ao invés de nos colocarmos em um segundo plano sempre que surgir algo diferente. E eu acho que você sabe disso tudo, só estou tentando explicar porque assim eu tiro da minha cabeça o pensamento de que você só não quer incluir a mim. Porque, mesmo inconscientemente, eu já tenho feito isso.

E eu não quero com qualquer outra pessoa.


Por muito tempo eu achei que saberia quando conhecesse a pessoa certa, porque sentiria algo como "o fim de uma espera que durou uma vida inteira" (e talvez até seja assim, e eu esteja insistindo demais na tecla errada), mas não é assim que eu me sinto em relação a você - e eu gosto que não seja. Porque, desta forma, você me parece real. Me parece uma alternativa pras perguntas que eu não sei a resposta. E porque você se faz minha primeira pergunta pela manhã.

Eu disse que talvez o último final de semana tenha sido um erro - talvez tenha errado ao dizer isso. E sinto, constantemente, que estou entre um milhão de motivos para ir embora, me agarrando a um único motivo para ficar: porque é você; porque sou eu. Mas eu não sei direito o que se passa pela sua cabeça, porque você às vezes me parece distante. E o silêncio forma as palavras em mim...

Você ainda estará comigo esta noite?


sexta-feira, 19 de abril de 2019

Preocupa não...

Depois de tudo o que aconteceu na minha vida nos últimos meses, me parece uma besteira imensa estar aqui escrevendo novamente sobre você. A gente parece pequeno demais, insignificante. Mas me incomoda, e tudo o que eu queria te dizer fica em aberto enquanto você permanece em silêncio.

Uma das moças sobre quem eu comentei com você me disse para seguir em frente sem olhar pra trás. "Ele não vai falar nada, porque ele não se importa." - ela falou. E isso me incomodou. Incomodou porque eu me reconheci na frase dela. Porque eu vi ali meus próprios medos, toda minha insegurança.

Me chateou porque eu acho que ela está certa.


Acho que a porta não está entreaberta como daquela última vez. Acho que foi embora sem fazer barulho, mas vedando a porta atrás de si. Impedindo que eu a ouvisse bater e corresse a tempo de te alcançar. Porque eu disse que te ver indo embora era difícil demais. E você ainda vai ter a coragem de dizer que fez isso pensando em mim.

Minha última mensagem não foi uma pergunta, mas ainda assim espera uma resposta. Se você não queria ir, por que pareceu tão fácil? Eu tenho vivido tudo isso sozinha? Porque, a esta altura, eu tenho me questionado se você esteve aqui ou se foi tudo fruto da minha imaginação.

Minha cama pareceu vazia ontem à noite.


O feriado parece errado - eu tinha feito planos. E tudo que eu achei que você estava fazendo de errado também já foi refutado - "ele não está fazendo nada errado, porque ele nunca quis fazer o que, pra você, parece certo". Eu me apeguei a um punhado de mentiras, de migalhas e a um sentimento que nunca foi de mais ninguém além de mim.

E agora eu fico aqui. Pensando em você em todas as horas, acumulando pequenos momentos que eu quero compartilhar. Desenhando cenários para tudo o que nunca vamos viver. E me convencendo de que logo vai passar.

Procurando provas de que foi tudo um engano, um erro. Esperando para te ver ser engolido no que você criou, sabendo que - mais cedo ou mais tarde - não vai mais haver nenhuma dúvida. Eu fui só mais uma; sozinha e um tanto vulnerável. Carente demais para não reconhecer os sinais.

Implorando por um ponto de chegada.

(Nunca vi chorar tanto por alguém que não te quis...)