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MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Preocupa não...

Depois de tudo o que aconteceu na minha vida nos últimos meses, me parece uma besteira imensa estar aqui escrevendo novamente sobre você. A gente parece pequeno demais, insignificante. Mas me incomoda, e tudo o que eu queria te dizer fica em aberto enquanto você permanece em silêncio.

Uma das moças sobre quem eu comentei com você me disse para seguir em frente sem olhar pra trás. "Ele não vai falar nada, porque ele não se importa." - ela falou. E isso me incomodou. Incomodou porque eu me reconheci na frase dela. Porque eu vi ali meus próprios medos, toda minha insegurança.

Me chateou porque eu acho que ela está certa.


Acho que a porta não está entreaberta como daquela última vez. Acho que foi embora sem fazer barulho, mas vedando a porta atrás de si. Impedindo que eu a ouvisse bater e corresse a tempo de te alcançar. Porque eu disse que te ver indo embora era difícil demais. E você ainda vai ter a coragem de dizer que fez isso pensando em mim.

Minha última mensagem não foi uma pergunta, mas ainda assim espera uma resposta. Se você não queria ir, por que pareceu tão fácil? Eu tenho vivido tudo isso sozinha? Porque, a esta altura, eu tenho me questionado se você esteve aqui ou se foi tudo fruto da minha imaginação.

Minha cama pareceu vazia ontem à noite.


O feriado parece errado - eu tinha feito planos. E tudo que eu achei que você estava fazendo de errado também já foi refutado - "ele não está fazendo nada errado, porque ele nunca quis fazer o que, pra você, parece certo". Eu me apeguei a um punhado de mentiras, de migalhas e a um sentimento que nunca foi de mais ninguém além de mim.

E agora eu fico aqui. Pensando em você em todas as horas, acumulando pequenos momentos que eu quero compartilhar. Desenhando cenários para tudo o que nunca vamos viver. E me convencendo de que logo vai passar.

Procurando provas de que foi tudo um engano, um erro. Esperando para te ver ser engolido no que você criou, sabendo que - mais cedo ou mais tarde - não vai mais haver nenhuma dúvida. Eu fui só mais uma; sozinha e um tanto vulnerável. Carente demais para não reconhecer os sinais.

Implorando por um ponto de chegada.

(Nunca vi chorar tanto por alguém que não te quis...)

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