Read around the world / Lea todo el mundo...

MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

domingo, 21 de outubro de 2012

eυ ɢoѕтo de peɴѕαr qυαɴdo eleѕ dorмeм... ♫

As coisas não precisam ser como são.


Durante a vida toda nós fomos educados para um mundo que não existe. O príncipe encantado, cara garota, a vai magoar. Você é a "bruxa má" de si mesma. A fada madrinha, embora exista na forma de uma melhor amiga, não faz milagres. Você nunca vai ganhar um pônei no natal.

Você, provavelmente, vai quebrar a cara milhares ou milhões de vezes. As pessoas vão tentar te controlar como a um fantoche. E ainda que você lute contra isso, algumas pessoas vão conseguir. Aqueles em que você mais confia também serão os que mais te machucarão.

E há quem julgue errada essa minha superproteção comigo mesma. Mas a verdade é que se eu não me cuidar, NINGUÉM o fará por mim. Nenhum amigo - ainda que leal - e nenhuma força superior misteriosa e imaginária...

Só você pode fazer as coisas serem como devem ser.


Você pode chorar, se quiser. Pode ter motivos, mas não precisa. Suas lágrimas servirão para lavar os olhos ou a alma, conforme a necessidade. E ninguém tem o direito de te mandar lavar o rosto vermelho e inchado. Ninguém tem o direito de impor aquilo que acha melhor para você.

E pode sorrir sozinho também! Pode guardar toda a sua felicidade para si, devido àquela deliciosa pontinha de egoísmo que há em nós. Guarde amores e rancores; que presa e predador vivem em equilíbrio.

Não divida o indivisível, a não ser que esteja plenamente disposto a perdê-lo. E vai perdê-lo.


Quando você foi criança, já brincou de "polícia e ladrão", "pega-pega", "esconde-esconde"... Espero que tenha tirado duas lições disso: tudo se baseia em estratégia, e tudo é um contínuo círculo vicioso. Quando você é a presa de alguém, também se torna o predador de outra pessoa. E você só se salva se souber exatamente o que fazer e como fazer. Mas você não tem como saber. Porque o que fizer é o que delimitará a consequência.

Você é o predador de si próprio. E nenhum lobo-mau é páreo para o que você é capaz de fazer.


Então não faça das pessoas as suas presas, nem permita que façam de você a delas. O mundo não tem o direito de te desenhar a bel prazer. Ou o príncipe vai se unir à "madrasta malvada" e te caçar como a um bicho que deve ser encurralado.

Destrua seus medos um a um, antes que eles destruam você. As coisas são como precisam ser.


terça-feira, 16 de outubro de 2012

ɯǝs

Sem sentimento é mais fácil...


Muitas vezes eu me escondi por trás desse "argumento". E me envolvi com alguém só pra não estar sozinha, sem gostar. Sentindo o beijo, mas não a pessoa. E muitas vezes farei isso. Sem dúvida. É uma medida de proteção, ainda que falha.

E nesse "me perder" eu fui me encontrando. Fui descobrindo lugares onde eu queria estar e não podia, cheiros que eu nunca senti, nomes que nunca falei. Ri risadas que nunca me couberam, mesclei a educação com uma pitada de falsidade - que às vezes pode ser uma estratégia para não cair do precipício destes meus medos.

Pelo visto, hoje não vou falar de amor. Vou falar deste vazio que habita em mim.


Mas tem sido tão mais fácil fugir dos problemas (será mesmo que temos que enfrentá-los?? Mesmo que eles não tenham enfrentado os seus próprios medos e sido sinceros conosco?). Tem sido tão mais confortável me esconder em mim, nas minhas crenças ou falta delas; do que depositar tanto do que sou, em quem não vai se importar. Em quem vai sorrir comigo, e rir de mim.

Eu sou uma pessoa terrível. Você não gosta nem gostaria de alguém como eu.


Porque eu estou me cansando do que me persegue e não aguenta mais ser nocauteado. Porque esse exoesqueleto que criei para mim está ficando pequeno, e não encontro um tamanho maior. Porque uma pessoa encontrou uma brecha nessa minha armadura e tem me ferido de uma forma realmente suja.

Mas só se fere de uma forma suja, idiotice seria clamar piedade ao malfeitor. Porque esse ser encontrou uma falha nos meus esquemas de proteção e sabia exatamente como se aproveitar das informações descobertas. E ele vai curtir estas minhas besteiras, sabendo que estão surtindo efeito. Vai compartilhar, sabendo que eu não durmo direito, que sonho toda noite com todas as coisas que me são impossíveis. Vai me elogiar, sabendo que estou passível à todos os efeitos desse meu erro.


Eu jurei que não tinha importância. Jurei que faria direito, sem erros. Afinal, eu não tinha mais sentimentos para que pudesse envolvê-los.

Sem sentimento é mais fácil... Porcaria nenhuma!


[À quem eu sei que se importa, mil perdões pelo texto desconexo e pobre... Era só o que estava "sobrando" nessa minha mente. Por favor, estejam comigo quando esse meu castelo ruir... dessa vez.]

terça-feira, 9 de outubro de 2012

L E T R A S

Eu quero que esse sonho se torne real. Quero palavras que se escrevam no ar, como as da sábia lagarta de "Alice no País das Maravilhas". Quero as minhas maravilhas também...

Eu quero saber o que falar, como agir. Quero não corar até ao respirar. Quero me permitir. Quero construir minha vida de uma forma coesa e coerente como um texto. Com a mesma segurança. Quero acreditar até na beleza dos meus erros. Quero letras e sorrisos. Quero Drummond e Shakespeare. Quero Chico e Renato. Quero a perfeição de saber ser.

Porque eu quero as letras contidas nas palavras que não consigo pronunciar. Quero os nomes, pronomes. Quero os artigos. Quero que seja meu artigo de luxo.


Quero que me pertença como um broche. Que me envolva como meu vestido. E que me desvende como esses pensamentos que se permitem escrever. Quero que me escreva, não "nós", mas eu. Não quero um nós. Só quero que escreva até eu dormir. Porque eu só vou conseguir pegar no sono ao som do lápis riscando o papel, num ritmo e melodia completos.

E eu quero que esse sonho se torne real. Quero que as palavras que você escreva me persigam nos sonhos, mais do que você mesmo. E quero que as palavras me ninem, me cuidem. Quero dançar longas canções sozinha, vendo passarem por mim as letras daquilo que sou. Daquilo que você é. E vendo essas palavras nunca se unirem. Vendo essas letras nessa dança insana. Nesse querer não querer.

Porque eu me sinto querendo sem querer. Podendo aquilo que eu não posso. Sonhando várias palavras que eu gostaria de destruir. Desmembrar. Vendo essas palavras se converterem em letras solas, que posso unir conforme a música.  Porque isso me dá paz. Me consola, me protege.


E em um instante eu já me sinto bem melhor. Eu sei que posso rir e sorrir sem me preocupar com o que pode vir depois. Sem encher minha cabeça de medos. Eu posso simplesmente colocar o vestido que você é, e sair pelas ruas de mim, sem cair nas poças de lágrimas de minh'alma. Porque dias de sol enfim estão chegando. E eu vou me embeber nesta luz.

Como dizem: "A vida é curta e eu não quero mais desperdiçar."

Então me entrego ao fim dessas frases desconexas. Me entrego ao fim de todas as etapas que devem findar. E deixo que o seu cheiro penetre pela minha pele. Que seu sorriso se encrave nessa minha mente, de uma forma que eu não poderia deixar.

E a minha maravilha é que você seja esse sonho que se torna real.