Read around the world / Lea todo el mundo...

MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

ʅαɾαɳʝα

Depois de tanto caos... Depois da postagem anterior, eu venho dizer que venci. Aquela vaga na UFMG? É minha. Eu, sem dúvida, estou absurdamente feliz e enfim durmo bem novamente. Ou deveria dormir.

É incrível como certas coisas nunca nos deixam. Algumas sensações não mudam, algumas palavras ainda têm o mesmo peso. E alguns olhos permanecem sempre sorrindo. Eu já disse o quanto aprecio olhos que sorriem?

É incrível como, de repente, passar no vestibular parece ter sido fácil. Eu consegui uma vaga, concorrendo com tantas pessoas - muitas delas bem preparadas -, e agora não consigo vencer uma coisa que só existe dentro de mim. É assim que as coisas funcionam afinal? Vou ser derrotada por um sentimento que nem devia estar mais aqui?


Se eu ganhasse um real cada vez que pensasse nele, ficaria no quintal recolhendo o dinheiro que cairia do céu. Toda piada é algo que tem o jeito dele, e as coisas sérias merecem ser divididas. Comentários, cores, cenários. Tudo se mescla de uma forma que eu conheço muito bem e que fujo sem sucesso. E onde ele não está, ele se cria. Eu o crio para não me sentir tão vazia.

Não sei se ele existe de verdade, ou se é uma válvula de escape que inventei. Talvez ele seja só um refúgio que preferi ter na casa desse meu coração. Talvez ele seja só uma música que me preenche, ou um quadro que eu consegui compreender. 

A careta de que me recordo antes de adormecer não existe.


Mas ainda assim eu falo dele para os meus amigos. E eles parecem conhecê-lo também. Parecem saber que apesar de todos os pesares, isso parece ser o certo. Eles vêem coisas em mim que eu não consigo ver, e que encaixam nos erros dele. Nos acertos e escolhas dele. E eu só queria ver o que, dele, poderia se encaixar nos meus erros e loucuras. Porque eu errei demais.

Cada pessoa ao meu redor tem algo dele. Vi seu cabelo no rapaz do ônibus, e a garota na fila da loja tinha os trejeitos dele. Será que algum deles o conhece? Será que algum deles poderia trazê-lo para mim? E se eu tiver esbarrado nele e não tiver notado? Será que perdi tempo demais?

Metade dele não é real. Metade dele existe no inteiro de mim, e apenas aqui. Metade dele apenas define o que sou e o que eu gostaria de ser. A outra metade, quando me conhecer - assim, dessa forma - vai querer roubar essa metade de si que é minha. Se ele soubesse como eu o enxergo, talvez ele se unisse ao seu pedaço que me pertence.


E eu queria que essa metade - que ele é - completasse a metade que sou.

Ainda bem que não caiu essa questão no vestibular.