Read around the world / Lea todo el mundo...

MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

quarta-feira, 31 de março de 2010

ραѕѕαgєм...


O próximo domingo será o domingo de páscoa... Muitas pessoas esperam ganhar muito chocolate. Seja de seus pais, de alguém especial, ou até dado por si mesmo. Mas a páscoa é muito mais do que trocar chocolates.

A palavra páscoa vem do hebraico Passach, que significa passagem. No âmbito religioso, essa data marca a celebração da ressurreição de Cristo.

Hoje é quarta-feira, e eu me sinto morta. Este ano espero a páscoa de uma forma que nunca antes eu sequer cogitei esperar. Hoje eu me apego à esta data como já me apeguei mil vezes antes, à milhares de outras datas.

Desta vez eu quero que a páscoa chegue para mim no seu sentido mais puro e amplo. Quero que me traga toda essa pureza, sinceridade e esperança contida na voz de quem crê no poder representativo desta data.

Quero que me traga também uma espécie de ressurreição. Eu quero me sentir viva novamente. Quero que me proporcione algo que tenho esperado por tanto tempo... A tal passagem de menina sonhadora à mulher realista.

Talvez seja errado ou inútil depositar todas as minhas esperanças apenas em uma data. Mas hoje eu vejo que já me apeguei à tantas coisas sem sentido que, de repente, a páscoa talvez seja mesmo a minha escolha mais sã.

De qualquer forma, eu não tenho escolha. Eu me perco dia e noite nas minhas lembranças. Eu me anulo frente às minhas memórias e esperanças. Desesperanças... Desesperadas!

E eu já não aguento mais! Já perdi as contas de quantas vezes me vi chorando baixinho, encolhida num canto do quarto. Já perdi as contas das vezes que perdi o sono por alguém que nunca mais irá voltar. Já perdi a razão...

Hoje eu não quero mais esses altos e baixos... Não quero estar feliz, e um segundo depois, estar deitada no chão em posição fetal, chorando aos soluços; esperando proteção. Porque eu não posso mais me proteger de mim mesma. E isso dói.

Eu não posso evitar que as coisas sejam do jeito que são. Mas, se eu quiser, posso evitar que me machuquem. Mas eu escolhi me manter indefesa. Escolhi "baixar armas", com medo de que ferissem o inimigo. No entanto isto mais me parece uma guerra; e eu deveria lutar!

... Eu não consigo ...


Então eu me apego... Me apego à tudo o que acredito e àquilo que posso vir um dia à acreditar. Seja um sábado, domingo, ou até mesmo uma segunda-feira! Eu só quero que isso mude.


Eu quero que ele se vá. Quero que ele se apague do que ainda sou.

... Eu não quero mais ninguém ...

... Nunca mais ...



Quero ser só eu. Nada mais. Assim vai ser melhor.

Enfim as coisas vão se acertar...

sábado, 20 de março de 2010

Conto de fadas? Deixe que eu mesma construa o meu!


É... a garotinha está crescendo! A menina está se tornando mulher. As coisas estão mudando, e não há motivo para contestar! Mudanças são construtivas...

A menina hoje se olha no espelho e se vê como é... Não vê mais a princesa que espera sentada pelo príncipe encantado. Não vê mais a bruxa má de outro conto de fadas. E já não liga pra isso! Ela simplesmente se arruma em frente do espelho.

Hoje essa garota sorri à vida, pois não há nada mais belo do que poder viver sem grandes planos para serem destruídos. Ela sorri e vê a vida como ela é!

O vestido da moça está cada dia mais curto. O comprimento do vestido diminui... o juízo aumenta. Hoje ela tem o pé no chão. Pensa mais, age com cautela. Às vezes admite que tanto receio pode ser ruim... mas não faz questão em mudar.

O sorriso está cada vez mais aberto. Os olhos brilham dúzias de vezes mais. Hoje a menina não abre as portas de seu coração para qualquer um. Ela entende que estava mais do que na hora disso acontecer. Ela sabe que só se fez sofrer mês após mês; dia após dia.

A garota entende que tudo resultou em relacionamentos medíocres, e envolvimento emocional zero. Mas ela ainda sente uma pontada no peito ao pensar que ele, na verdade, foi só o primeiro.

E se a menina sonha, é com o último. Talvez nisso ela ainda seja uma criança. A esperança não acabou. Ela ainda fantasia sozinha no quarto sobre o cara certo. Mas, para ela, o amor não acontece para todo mundo.

Ela torce por ele. Ela acredita que ele apenas se faz de idiota. Ela sente por ele.

Mas ela vê que só ele pode fazer alguma coisa. Antes ela tentava consertar os erros dele. Não tinha ninguém consertando os erros dela.

A menina chorou horas e horas. Abraçou a amiga como quem dá um último abraço. Desejou que fosse. Não foi.

Ela quis desesperadamente poder fugir; e se encontrou, nessa loucura de se perder. Hoje ela ri timidamente do que passou.

Hoje a garota entende que pode ser muito mais! E quer ser muito mais! Só ela pode fazer isso por si mesma! Só ela pode fazer de si mesma uma mulher!

E essa mulher, que a cada dia se mostra mais e mais... aposta todas as fichas na felicidade. Hoje ela entende que a felicidade não é um lugar à se chegar; mas uma forma de viajar... E ela não quer embarcar nessa sozinha...

E é nos detalhes que a criança aparece. Aparece nos sonhos que a mulher sonha quando acordada. Ela "grita" quando os caras olham e vêem nela, somente a mulher. A essência ainda é de menina.

A pureza no brilho dos olhos; e a singela malícia no jeito de morder os próprios lábios... tudo apenas mescla as várias faces que a menina-mulher resolveu adotar. Tudo está ali - da exata maneira que está - para provar para o mundo que hoje, ela só quer ser ela mesma.

Quem gostar, que goste. Porque sobretudo, ela é que deve gostar de si mesma. Tudo mais fica num segundo plano...



É... quem sabe ela - eu - já nem seja uma garotinha?