Read around the world / Lea todo el mundo...

MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

sábado, 19 de outubro de 2013

c ♡ ntumaz

Eu sei que parece loucura. Sei que é errado. E que, ainda que não o fosse, soaria errado.

Mas sei também que eu não queria que tivesse me deixado ir. Que você devia ter me convencido a ficar. Que você devia parecer convencido de que valia a pena que eu ficasse. Simplesmente parece que não confiamos. Um no outro. Nenhum em si mesmo.

O problema é que eu achei que podia. Achei que dava para seguir em frente, cada dia. Mas eu não sou do tipo que vive por viver. Eu preciso de metas, objetivos. Preciso saber que - da mesma forma que há um lugar de onde eu vim - haverá um lugar para onde eu deva ir. Um lugar, um momento, em que eu saiba que cada erro e besteira de menina valeu a pena.

Porque eu não sou uma menina agora.


Como na música, "o mundo quer rodar. Eu sei que não dá pra voltar pro mesmo ponto de partida. Você quer me ganhar onde eu não quero me perder... Na rua errada em sua vida." Por que tinha de ser eu a ceder? Porque você me disse aquilo, sabendo o quanto era importante pra mim, se era só pra me manter estagnada? Eu entendo que você tenha medo. Que não goste de mudanças. Mas não entendo porque não me disse que não gostava de mudanças comigo. Um dia vai ver que uma palavra faz toda a diferença.

Todo mundo sonha com quem se tornará um dia. Todo mundo tem curiosidade. E eu fico curiosa em saber quando você vai ter coragem de admitir isso. Que a melhor certeza é a de que o vento sempre pode mudar. Que o rio deságua no mar. Que amor desata no amar.

A menina voltaria atrás. A mulher terá que continuar.


Eu queria que você soubesse que eu sinto falta. De quê? Eu não sei. Nunca tive, para sentir o que seria perder. Acho que é o vazio. Essa "coisa" que me habita sabendo que nunca será. Que nunca foi nem teria sido. Acho que é a sensação horrível de te ver naquele elevador ou naquela sala. Naquele prédio decadente. Mas talvez seja só fome.

Eu queria que soubesse que sempre vou lhe dedicar carinho. Que eu sei que não foi culpa do tempo. Nunca é. Que só não era certo. E que, ainda que fosse, soou errado.