Read around the world / Lea todo el mundo...

MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ծ 尺乇ノ 乇 乇Ц

Será que vale a pena se envolver, entrar de cabeça em um relacionamento que já começa falido? Será que vale a pena apostar todas as suas fichas em alguém que distribui as próprias fichas entre todas as máquinas do cassino? Será que vale investir numa paixão que - embora exista - nunca poderia mesmo se tornar amor?

Me disseram um dia que um homem só vale a pena quando não tem penas suficientes para ser galinha. Mas será que nem toda forma de amor vale toda a luta? Tem mesmo como separar o que é duradouro daquilo que nos faz feliz ainda que por um único instante? Se houver uma maneira, entrego ao passado esta paixão presente. E me presenteio com um futuro.


No entanto, ele é tão lindo! Talvez não de uma forma convencional - é bem verdade que possivelmente não o seja - mas, certamente, pra mim não há beleza comparável neste mundo. Culpa daqueles olhos de cristal; olhos de mel. Olhos de vidro. Vítreos e cortantes. Culpa dos lábios e das eternas palavras que passeiam por entre as curvinhas do sorriso.

A culpa é dele por falar demais. Por prometer o que não se promete e por insistir em desenhar em minha mente esboços do que poderíamos ser. Maldito seja o dia em que eu não mais o quis e passei então a desejá-lo tão ardentemente. Porque querer é consciente; mas desejar vem da alma - mais do que da mente. Eu quero que ele me beije, mas desejo coisas que não conseguiria escrever.


E a culpa é minha por pensar demais. Por não ter me jogado em seus braços contra todas as minhas noções um pouco falhas de juízo. Benditas sejam as ideias que tanto almejo colocar em prática. Aquele beijo no pescoço que ainda não retribui, os olhos em transe, o abraço como aquele que ainda me aquece.

Eu quero me servir da mais rica dose daquele veneno. Quero conhecer cada detalhe da obra. Desejo tudo o que não posso ter. Quero morrer a cada instante naqueles braços. Quero conhecer cada sorriso - um para cada ocasião, cada humor. Desejo viver do que tão logo vai findar. Quero e desejo me afogar no oceano do seu olhar, respirar a maresia do seu perfume e me alimentar desta vida, enfim.

Inadequada seja minha louca paixão. Que me fere sem este direito, e que me cura por remorso (ou talvez para que ele venha e me despedace novamente). Impossíveis sejam estes meus pensamentos. Irracionais e irreais sejam o fogo atiçando o ar, e a água que vem beijar a terra. Malditos sejam os quatro elementos e, bendito seja o "todo" que eles me trouxeram.


Será que gostar assim está errado? Será que alguém pode me condenar por desejar me perder em quem mais quero encontrar? Será realmente que ele não vai valer todos os meus esforços bobos, nem que somente até a madrugada? No final deste "conto de bruxas", minha abóbora terá que voltar a se transformar em carruagem?

Neste "conto sabe-se lá de quê" eu quero mesmo é ficar com o lobo mau na perigosa casa de doces. Nesta história em que eu própria crio o final, o ideal é se conquistar um final feliz todos os dias. Porque quando o caçador me encontrar ninguém vai se importar se eu tiver me apaixonado pelo lobo. Porque ao me resgatarem da casa de doces ninguém terá interesse em saber se as balas de alcaçuz eram as mais saborosas da minha vida.

Quando me encontrarem, vão me mergulhar numa solidão e silêncio de cem anos; e o beijo que vai me libertar não será o dele. Então, só por enquanto - até o resto da minha vida chegar - eu quero 1001 noites com ele. Quero roubar-lhe 40 beijos. Só até que eu possa ir para o Olimpo.


Ele é o meu "Conto-de-Fada" às avessas.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

νεɾოεlհօ ղօ ოεl

Ah! Quando ele me vê...


Que mulher nesse mundo não se perguntou ou à amiga - ao menos uma vez - se aquele cara estava olhando? Que mulher nunca arrumou o cabelo, retocou o batom e/ou ajeitou o decote quando sabia que ia passar diante dele? Que mulher neste mundo não usou - mesmo que só para testar - aquela teoria boba de que deve manter o contato visual por 3 segundos?

Toda mulher já notou alguém, desejando que esta pessoa também a notasse. E daí que venham as explicações. Que venham falar que atração vem de destino, que digam que são os hormônios procurando um parceiro ideal. Nenhuma explicação - científica ou não - mudará o fato de que uma mulher sabe a diferença entre ser vista e ser olhada.

Quando um homem vê uma mulher, ele gera nela insegurança. Ele deixa que a mente feminina - que já não é das mais fáceis de compreender, e que chega a ser cruel - trabalhe acerca de diversos pensamentos "malignos". A mulher se pergunta se ele gostou do corte novo do cabelo dela, se ele notou que ela está usando a blusa da cor favorita dele. Quando uma mulher gosta de alguém, ser vista pelo objeto de desejo é torturante.


Mas ser olhada é o sétimo céu. Ser olhada é como ser beijada cm por cm. Quando um homem olha uma mulher que o deseja, é como se nascesse ali uma relação realmente quente, sensual. Mas sem ser promíscua nem suja - independentemente de credo, cor, classe social.

Quando um homem olha uma mulher com desejo, e tal olhar é retribuído com igual intensidade, é como se quem olha fosse o emissor daquele desejo; quem retribui fosse o receptor; a troca de olhares fosse a mensagem... E é como se cada pessoa ali presente diante daquele casal que não é sequer um casal real vivenciasse aquele desejo como se pertencesse a si próprio. 

Às vezes, ser olhada do jeito certo é mais eficaz do que ser beijada. Porque, às vezes, olhares são muito mais íntimos, sensuais e pessoais.


E saber que há uma diferença básica entre ver e olhar é o suficiente para acabar com a ideia que muitas mulheres nutrem de que homem não repara. Pensa se não! Eles reparam em absolutamente tudo. Reparam nas suas unhas arrumadas - porque acreditam que se a mulher não cuida nem do que está visível, ela realmente é muito nojenta -; notam que cortou o cabelo - alguns reparam mesmo se cortar 1 mísero centímetro. Os homens reparam, eles avaliam... sobretudo quando gostam. Mas a maioria dos homens não fala, prefere guardar para si os detalhes, como se deste segredo dependesse a lembrança.

E justamente por haver esse mistério e silêncio, quando um homem fala de um mínimo detalhe é como se o mundo parasse; o sol iluminasse a "moçoila" como a própria lua; e dela fosse roubada o brilho das estrelas.


Uma mulher conseguiria se apaixonar por um homem que repara. Tudo na busca da sensação inebriante de saber que: "Sim amiga, ele está te olhando!"



Ah... Quando ele me vê, ele me olha!