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MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

domingo, 2 de outubro de 2011

A Roupa Nova do Imperador

Sabe aquele sonho que você tem quando criança? Aquele sonho de um dia encontrar alguém e viver uma vida digna de conto de fadas? Lembra daquela vontade de conquistar o mundo todo?


Essa vontade não passa. Ela vai crescendo mais e mais, às vezes sem que saibamos. Mas ela nunca deixa de existir.


E então começamos a definir prioridades nas nossas vidas. Porque parece tão difícil conciliar as coisas. E você acaba trilhando um caminho sem antes planejá-lo.


E nesses anos (tão longos, e ao mesmo tempo, tão ínfimos), vi as pessoas trilharem caminhos tão distintos que nem antes poderia imaginar existirem. Vi amigas de escola se casarem com o primeiro namorado, e depois se separarem de forma difícil. Vi chorarem com um bebê no colo, sem saber como recomeçar.


Vi, por outro lado, amigas rumarem para um relacionamento conjugal aparentemente perfeito; e sorrirem extremamente felizes pelas escolhas que tomaram à partir dali.


E vi pessoas que, como eu, acabaram deixando o amor pra depois (eh... agora eu vejo que deixei mesmo. kkkk). Pessoas que decidiram se focar em si mesmas e que, por muitas vezes, subestimaram as outras pessoas.


Acho que este post começa de verdade aqui. Num pedido de desculpas, talvez, às pessoas que magoei por ter deixado-as de lado. Porque hoje eu vejo que nada disso é realmente fácil para mim. Não é normal, de acordo com os conceitos formados em minha mente, viver simplesmente. Sem planejar mil vezes antes, sem calcular cada mínimo detalhe. Eu me acostumei a fazê-los.


Então, a cada vez que algo dava errado, eu ia me apegando menos aos outros. Fui deixando tudo muito restrito. Fazer novos amigos realmente deixou de ser uma meta pro ano novo. Eu simplesmente decidi me dedicar à manter aqueles poucos e fiéis que tinha, e me empenhar em dar o melhor de mim naquilo que realmente depende só de mim.


Me apeguei à filosofia que diz: “Quanto mais você espera de uma pessoa, mais ela te decepcionará.”; e a partir dela, simplesmente parei de esperar qualquer coisa dos outros. De 99,9% deles. E admito, não é algo realmente bom. É irônico.


É estranho parar para pensar, remexer em velhos arquivos e fotos, e ver tudo o que deixei para trás. Ver que a garota tachada de “carinhosa”, hoje acredita não mais ter tempo para cultivar este lado.


É solitário ver que é muito mais divertida a vida com aqueles que não vejo há tempos, que me cativaram quando eu ainda me permitia me apaixonar pelas pessoas e seus sorrisos.


Então este é sim, um pedido de desculpas. Um pedido que não creio que será lido pelas pessoas certas. Porque não fui apenas eu quem errou. Não sou apenas eu quem devo sinceras desculpas. Não cabe somente à mim mudar. Mas eu faço a minha parte, ainda que pré conceitos impossibilite-os de enxergar.


A verdade é muito mais bonita assim, incolor. A verdade é um sonho de criança. É aquele sonho de nunca estar sozinho. É aquela vontade de que tudo seja um conto de fadas. Exatamente como naquele conto de Hans Christian Andersen, que dizia: “Só os inteligentes podem enxergar.”


A vida, com sua essência mais pura, é exatamente assim. “Só os sinceros consigo mesmo podem enxergar.” E esse não é um dos caminhos que devemos escolher. Estes caminhos ainda são escolhas só nossas.


Não mentir para si mesmo é a forma de viajar. E eu não estou mentindo para mim desta vez.




“ - Sinto muito.”