Read around the world / Lea todo el mundo...

MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

sábado, 16 de março de 2013

nunca mais óşƈąŗ !

Quando você sente vontade de chorar por alguém, não tem mais volta. Ainda que aquela lágrima nunca desça, a mera intenção de vertê-la sentencia-nos à morte.

Os olhos brilham, o sorriso vem meio bobo (coisas odiadas e amadas pelo hábito). Mas um dia, antes que pare verdadeiramente para pensar, aquela ponta de lágrima vem aquecer o olhar e esfriar a alma. Começa-se a morrer ali, naquele excesso de vida.

Vida que gera vida. Vida que nos incita a viver.


E eu, tão dona de mim - que me oponho a qualquer desejo de possuir ou ser posse de outra pessoa - me vejo de mãos e pés atados, com um dono que me tem sem ter conhecimento disso.

Eu me vejo nele, onde eu não devia estar; mas não há nada dele que é meu.

E então ele me guia como um peão em seu jogo; me manipula como a uma marionete e, muito possivelmente, sem saber como e porque.

Me dói que ele talvez não queira que eu seja assim dele.


A vida tem dessas coisas... Você se joga como se fosse livre, como se pudesse simplesmente voar. Você, de fato, conquista a liberdade - de dentro para fora -; mas não sabe bem o que fazer com ela. Então ele aparece... E a sua liberdade escolhe se prender a ele. Amor é quando duas pessoas escolhem fazer do outro a sua liberdade.

Ou talvez eu esteja completamente enganada e o amor nada tenha relacionado com prender-se ou soltar; com amarras ou arestas. Talvez o amor seja algo que não imagino ao ler o sorriso dele.

Mas noite passada (ou esta, se considerarmos que é madrugada e ainda não dormi) a simples menção imaginária de seu nome me deu um aperto no peito. Os olhos pesaram mais do que o sono seria capaz de pesar, e eu senti as correntes serem puxadas ao redor dos meus membros.

A corda ia ficando apertada no pescoço, e talvez isso tenha pedido que aquela lágrima surgisse. Como se a sua presença fosse amenizar a dor da ausência gerada pelo silêncio presente.


Não amenizou. Do contrário, eu estaria agora adormecida. No entanto estou jogada à minha insignificância - oficial -, nesse quarto que é meu reino. E se um dia - por burrice ou brincadeira - eu o fiz príncipe, retiro agora este seu tão honrado título. Sou rainha de mim e, com sorte, não será ele o meu consorte.

Mas, se reinar o azar, não terei a sorte de me render ao erro destas palavras... E que alguém tenha piedade dessa minh'alma.

Alma que, por enquanto, espera que ela a convide para dançar. Uma única música que vai nos valer a vida inteira.


"Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só.
Mas sonho que se sonha junto é realidade."