Read around the world / Lea todo el mundo...

MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Essa eu fiz pra tudo que eu não soube o que era

23:23. Quase meia-noite. Você já deve estar no milésimo sono, mas eu simplesmente não consigo. Estou experimentando diferentes e variadas sensações desde aquilo que me disse, e nenhuma delas é boa.
Estou, com isso, fazendo uma retrospectiva de tudo o que vivemos; ciente de que chegou a hora - enfim - do ponto final.
Esta é a minha forma de te dizer que eu não quero mais te ver.

Estou pensando na música nova daquele artista que eu adoro e que você detesta. Não na que eu pedi para você ouvir, mas na que vai anunciar esta despedida, e que você talvez nem se dê conta. Mas tudo bem sobre isso; eu também não tinha entendido até agora.
É que você parece se esforçar demais para ficar, e eu mereço alguém que fique sem precisar de esforço algum. E porque - se a palavra é essa - eu também tenho me esforçado muito e, pensando bem, você não vale tudo o que passei.
Neste dueto, eu sempre fui sozinha. E, se for pra eu ser assim, quero ser unicamente por mim.

Este texto eu faço para que seja o último. Pro cara que foi o primeiro, o segundo, o décimo segundo e (provavelmente) o único em diferentes coisas na minha vida e que, surpreendentemente, não soube o que fazer em relação a nenhum dos meus números.
E que, consequentemente, foi capaz de errar em todos eles.
Ou, talvez, inevitavelmente.

Houve mentira, decepções (talvez ambos no plural). E houve, como eu disse ontem a uma amiga, liberdade. Só que calculada. Você me deixou solta, como quem estava livre pela primeira vez na vida e sem saber o que fazer a respeito. Mas me observando. E então, toda vez que você me perdia de vista, me chamava de volta. Sempre foi tudo pelo controle.
Agora, seu experimento vai ter que ser cancelado ou, então, transferido para essa nova garota. Eu cansei de ser a cobaia para você testar esse papel de bom moço.
Meu papel de trouxa já não me cabe mais.

Então, meus números vão continuar crescendo. Talvez um dia parem. Ou talvez isso não aconteça. E, claro, o seu nome vai ficar - como todos os outros. A maioria único, mas nenhum especial o suficiente para ficar gravado.
A carta (se é que podemos chama-la assim) que foi lida, embora nunca enviada, vai para o lixo; que ainda é um lugar mais digno do que a sua estante.
(Você durou mais do que a tinta naquele papel)
Porque...

"Prezado Amigo,
apesar de não saber porquê, eu te amo.
Mas
eu realmente não gosto muito de você."