Read around the world / Lea todo el mundo...

MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

sábado, 3 de setembro de 2016

𝓐𝓷𝓴𝓱𝒆𝓼𝒆𝓷𝓪𝓶𝓾𝓷

Eu tenho me lembrado do dia em que nos conhecemos. E desejado poder ter feito tudo diferente. Para que você estivesse aqui neste momento, ou para que nunca tivesse estado sequer em meus pensamentos. Todos os dias.

O problema é a sua presença tão distante e tão constante. É a forma de parecermos tão próximos num segundo e no instante seguinte agirmos como se fôssemos desconhecidos. E sobre como sempre parecemos estranhos.

O problema é eu ter procurado tanto os nossos pontos em comum, que acabei perdendo o que tinha em comum comigo mesma. E o modo com que pareço me esquecer de tudo para tentar criar novas e melhores recordações. Mas pretérito imperfeito não se converte em mais-que-perfeito.

Nós somos um erro de gramática.



Talvez tudo se resuma a uma questão de intensidade. De eu gostar de alguém como se fosse o primeiro e o último. Como se fosse o único. Talvez se resuma a uma busca incansável por algo que nem sei o que é, e que quase certamente nada tem a ver com você.

Mas agora - e só agora - vou bater nesta tecla outra vez. E espero que seja a última. Porque dizem que "se não fosse amor, não haveria planos". Mas me importa muito mais lembrar de que também não haveria danos. E nós definitivamente somos uma soma deles.

O que venho dizer aqui hoje é bem contraditório, e - se continuar lendo - verá bem. Porque vou falar de felicidade e do tempo que sempre há de passar e lavar (as lágrimas e a alma).

Vou falar que somos um acerto da história.



A questão toda envolve dúvida. E é exatamente por toda essa certeza que não é de nenhum de nós que eu ainda venho. É pelo que eu vejo (talvez me force a ver), e pela sensação constante de que podíamos ser melhores. Juntos. Mais do que você e ela. E certamente melhores do que eu e ele.

(E é nessa hora em que eu diria que sei que não posso forçá-lo a ser feliz,) E é nessa hora em que eu digo que provavelmente você será feliz. Porque você só sente falta do que conhece. E nós somos mestres dos disfarces.

Somos mais do que Romeo e Julieta, Lizzie e Mr. Darcy. Somos o que não coexiste, o que não funciona. Somos o forçado, o que chega a ser cruel e inconsistente. Somos o explosivo, o possivelmente errado. Somos Amy e Nick Dunne. E eu insisto em ser Imhotep.

E se procurar a história verídica, verá que não somos o que nos fizeram parecer.

Mas talvez tenhamos o potencial para ir muito além.



Então, ao escrever isso que soa insano e ridículo, fica o recado final: só acaba quando o último de nós cair. E eu ainda estou de pé.


A fim de decifrá-lo nesta vida...


... e para devorá-lo em uma próxima.





"A vida é um baile de máscaras...
Quantas vezes dançamos juntos
Sem saber quem éramos nós?"