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MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

quinta-feira, 31 de março de 2016

𝓔𝓼𝓬𝓸𝓫𝓪𝓻

A verdade é que tenho tentado me convencer de que preciso dar essa nova chance a mim. Que no final das contas, me faz bem - apesar dos contras - e que seria um erro fugir só porque as coisas não saem sempre conforme eu gostaria.

E eu gostaria de me sentir segura. De não precisar temer o dia que tenho pela frente, e principalmente a noite. Não saber como vou me sentir ao anoitecer me enlouquece. Porque eu preciso me sentir constante, mas você é variável.

A verdade é que eu queria que você soubesse, para que talvez fosse capaz de me entender. Viver você dói. E neste misto de mal-me-quer e bem-me-quer, eu sinto que sou flor despetalada. Me sinto inteira e incompleta, e não saber o que fazer com metade de mim é angustiante.

Metade de mim te sente aqui, com aqueles olhos de ressaca - tal qual a Capitu de Bentinho. Mas a outra metade se afoga nas angústias que fluem.


Neste texto mais revelador do que interessante, eu assumo a você que existem coisas em mim que você desconhece, mas que não podem ser ignoradas. Conto sobre os medos que estou superando - ou tentando superar - aos poucos, e que acabaram me tornando sentimental demais.

Eu queria que você soubesse que meu coração pausa quando você me olha mas não consegue me ver. Que me machuca que não me leia. (nas entrelinhas). E que eu transformei o que me incomodava em incômodo. Que acabei optando por me defender atacando. Mas que não queria isso para nós.

Porque desta vez eu queria me sentir vulnerável novamente, apta a correr riscos e quebrar a cara. Mas a cada rachadura nesta fachada, mais eu volto atrás e fujo. Porque eu não sinto prazer em sofrer. ("A gente sofre sempre por querer").

Eu queria dizer - em voz, tato e coragem - que, às vezes, eu não me sinto benquista, e que nunca me interessei por pouco. Porque eu quero você inteiro; mas na prática isso não funciona.

Na prática, nós dois parecemos pouco. E eu queria que soasse ideal.


Estou aqui "pra dizer que teu silêncio me agride" e que eu não consigo interpretar o que ele diz. Para tentar, quem sabe, não criar expectativas demais e não vê-las se converter em frustrações posteriores. Porque, por vezes, sua atitude me desagrada e conflitua; mas tudo isso é problema meu.

Estou pedindo calor, ainda que sem amor. Estou pedindo carinho, como se fosse de graça. Só aquilo que posso lhe dedicar de volta. Ou que você possa me retornar; afinal, só quero parte do que - de mim - já é todo seu.

Mas, musicalizando outra vez,
          "o que você não pode, eu não vou te pedir 
                    o que você não quer, eu não quero insistir"



A verdade é que não quero desistir ainda, por mais que toda a racionalidade em mim implore que eu vá embora. Que me sente distante, que me sinta mais minha. Mas, se não fosse você, não seria eu.

E...
"quando o neon é bom, toda noite é noite de luar".

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