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MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

sábado, 30 de junho de 2012

ÐUΛS MΞТΛÐΞS

Mais um sábado. Mais um dia que se passa sem que eu saiba a resposta. É possível estar apaixonada por dois homens? É possível gostar de verdade, de todo o seu coração, de dois seres distintos mas da mesma forma? Existe, na prática, esse tal de triângulo amoroso platônico?

Gosto deles. Igualmente, e com todas as diferenças possíveis. E para falar dos mil motivos que tenho para ansiar uma singela resposta para minhas infelizes perguntas, tenho antes que falar deles...


O primeiro é mais velho do que eu. Já passou por muitas etapas que ainda não conheci, e parte do encanto está nisso. Ele ri fácil e sabe a magia que possui aquele sorriso fora do comum. Não tem a beleza clássica, típica do que se imagina, mas sabe se impor com seus pequenos "desajustes". Ele chama a atenção e a mantém. Ele tem todo o charme de um homem.

Mas não é doce; nem um pouco! É amargo e azedo. Temperamental e quente. Temperado. Tem um cheiro rústico, característico de quem luta; de quem nunca desiste. Naquele olhar há uma história... E fica somente a vontade de penetrar naquele mundo e conhecê-lo a fundo.

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Mas o segundo é um menino. Tem minha idade, mas uma mente ainda mais jovem. É puro, com um quê de ingenuidade, e me parece um tanto quanto despreparado. É como se pudéssemos passar por tudo juntos, conhecer as coisas desse mundo - uma a uma. E ele é lindo, com aquela beleza esperada... sonhada. (Quase como um bebê, na verdade.) E ele não sabe dominar o efeito que causa.

E ele sim é um doce. Meigo e carinhoso, mas de uma forma a não deixar dúvidas quanto à sua masculinidade. É morno, às vezes frio. E das poucas experiências que teve na vida, ainda não tirou aquele olhar que nos prende e mantêm. Ele tem olhos profundos, de oceano. Olhos que perturbam, confundem, enlouquecem e que; combinados com o raro sorriso, me roubam a liberdade, o sono e um suspiro...


Eles surgiram relativamente da mesma forma. E ambos superaram - cada um ao seu modo - todas as adversidades que poderiam nos distanciar. E seguem firmes em seus diferentes graus de proximidade de mim.

E como nas brincadeiras, o primeiro (o quente) é um grande amigo. Daquele tipo que perdoa os seus defeitos, que implica com todos eles. É do tipo que te entende mesmo quando você não quer falar o que está acontecendo. Ele me lê nas entrelinhas e, creio eu, já deve ter lido todo esse sentimento meu. Lido e guardado na estante, como um livro caro e/ou raro que - ainda que ruim - quer ter para si.

Mas o segundo me prende justamente por me deixar livre. É amigo-colega. Cheio de mistérios e cantinhos que ainda não descobri... Divertido e apaixonante assim. É um livro que ainda não li, embora esteja namorando há tempos na vitrine daquela livraria. É um jovem que - por não gostar ou não saber ler-me - ainda não veio desvendar o que eu não digo de primeira.


Os dois me encantam de todas as formas. Eles juntos são tudo que escrevo, que espero, que sonho. E separados, parecem ser tudo que me falta. Um tem as minhas manias, outro é meu oposto. À cada dia vou descobrindo um pouco deles, e não consigo me entender.

A falta de um me angustia, me dá uma vontade louca de gritar ou chorar deitada no chão do quarto. Ele (o frio) é minha inspiração e loucura nas madrugadas. É por quem perco o sono, de medo de perdê-lo um dia. Mas a falta do outro me angustia de uma forma adversa. É rotineira, calma. É uma falta que me inspira a certeza de que ele irá voltar. É uma falta que não me dá medo de perda. (Somos como as duas pontas do elástico: não importa quanto você puxe, as pontas sempre voltam para onde estavam.)

Mas enquanto um é boomerang, o outro é papel. O boomerang sempre volta para as mãos que o enviaram. Mas papel queimado não é mais papel.


E então? Será que escrevendo estas frases torpes, eu enfim pude obter a minha resposta dentro de mim mesma? O que vale mais? Experiência, conhecimento de mim e certeza? Ou a possibilidade de passar pelas etapas juntos, de nos descobrir aos poucos e de nos perder?


Eu acho que se existe isso de estar apaixonada por dois, eu o estou. Do contrário, eu acho que o frio me encanta mais. Porque no inverno a gente pode ficar agarradinho e se esquentar. E porque, se esquentar demais, todo esse fogo não será suficiente para nos transformar em cinzas.

Prefiro o olhar de oceano. Porque me perder por um segundo em seus olhos profundos ainda me seria melhor do que toda uma vida de calmaria.

E bendito seja este escaravelho.


3 comentários:

M@RY disse...

Podiam os dois se juntarem né.. ta..sei q seria impossivel ja que são o oposto..ou nao né... ele poderia ser dois... é meio complexo... rsrs..adoreii

Anônimo disse...

Se parece bastante com a história da Bella Swan.O que achou do final da história? Ficaria com o Edward também?

}]i[{ NINA }]i[{ disse...

Bem... eu não sei quem é você, então não sei se é sério isso... Bem, felizmente, eu não sou uma mosca morta dividida entre a necrofilia e a zoofilia. Então, entre os meus dois seres humanos vivos, normais e quentes... Escolhi aquele que é "frio" (distante)...