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MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

sexta-feira, 27 de abril de 2012

♫ мє ∂єιχє нιρиσтιzα∂α, ραяα α¢αвαя ∂є νєz ¢σм єѕѕα ∂ιѕяιтмια ♫

E quando a gente percebe que está apaixonado?

As mãos começam a suar, a gente sente as tais borboletas no estômago e o coração dispara? É quando a timidez nos barra, nos enlouquece? Como transformar em palavras toda esta loucura? Como quantificar aquilo que exalamos, respiramos e dizemos à cada segundo?


Eu não sei se conheço mesmo essa tal de paixão. Não sei se um dia já senti de verdade isso que tanto inspira os poetas. Acho que não.

Porque o que eu sinto - agora, talvez - é uma agonia tão louca, tão intensa; que não pode ser algo bom. Deve ser uma doença, uma anomalia. Deve estar me corroendo por dentro. Deve me matar à qualquer instante.

O que eu sinto quando ele me olha não pode ser algo normal. É quase uma arritmia. E me faz querer, de verdade, sumir. É uma dor tão marcante, violenta e pulsante no interior do meu ser, que eu não consigo entender porque nunca se alivia. Não entendo porque esta dor se intensifica quando ele se vai.


Não acredito que isto possa ser chamado de paixão. Tampouco amor - que deve ser tão mais forte -; não deve ser nada.

Deve ser medo, pavor, insegurança. Deve ser devido à esta auto-estima assim tão baixa. Deve ser só loucura.

Ele veio morar na minha mente e isso talvez seja até normal. Deve ser pelo sorriso tão amplo e o jeito de andar; jeito de menino. Deve ser só porque eu não consigo decifrá-lo.

Essa pseudo-paixonite deve ser uma tentativa louca de entrar na mente dele, da mesma forma que ele entrou na minha. Deve ser efeito dessa minha sede pelo controle. Auto-controle, quizá.


Mas e se eu estiver apaixonada? E se, nesta tentativa constante de me convencer de que nada sentia, eu tiver começado a sentir? E se esta minha dor intermitente for a tão comentada "paixão"? E se eu descobrir isso tarde demais; quando nada mais puder ser feito?

Alguém pode morrer de amor?


Eu estou apavorada. Tenho medo de olhar para trás e de caminhar. Não consigo respirar direito nem dormir. A mínima idéia de esbarrar com ele, trava os músculos das minhas pernas - impedindo que eu me mova. Mas eu preciso seguir em frente.

Aquilo de que eu tanto me orgulhava, agora me é motivo de vergonha. Hoje durmo com o telefone ao lado esperando aquela ínfima ligação, e qualquer mínimo barulho me desperta.

Prefiro o escuro, onde as lágrimas podem rolar se assim quiserem. Onde ninguém pode me ver ou me julgar. Onde eu possa ser eu mesma, desta forma inconstante e ridícula.



Prefiro o passado do que este presente.

E morro de medo do que vai ser do futuro.



Eu não sei mais o que fazer. E não sei como voltar ao que era antes. Nem sei se quero. Acho que prefiro esta "doença" à perda desse entusiasmo e urgência.

Eu gosto do medo. Porque agora, depois de tanto tempo, enfim tenho algo a perder.


E temer essa perda
me encoraja.
Porque, um dia,
hei de me perder
finalmente.



Nele.


2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

descreve tdo tão bem
que até me encontro em meio as palavras