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MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O VAZIO DO EXCESSO

Eu sempre venho aqui e falo meia dúzia de palavras sobre paixão. É clichê. Mas hoje vou falar da estranha sensação de não sentir nada...


É... Estar apaixonado é uma sensação maravilhosa. Todo aquele brilho dos olhos, a pele, cada mínimo detalhe. Tem também aquela tal expectativa, aquele teor permanente de surpresa. Estar apaixonado é delicioso. Mas não é eterno.

Eu sempre tive facilidade em me apaixonar. Gestos mínimos me encantam, sorrisos e abraços me arrepiam. Mas há um tempo venho pensando se, de fato, eu estive todas essas vezes apaixonada. Ou se eu estava apaixonada somente pela sensação de estar apaixonada.

Acredito que todas as pessoas - por mais distantes e menos insistentes que possam ser - um dia vão lutar pelo amor. Vão viver as alegrias e tristezas de uma paixão avassaladora. E vão se enganar também um dia.

Nós vivemos em busca daquilo nos falta, respiramos nossos sonhos, caminhamos ao lado de nossas conquistas; e um passo à frente das nossas derrotas. Mas o que nos move verdadeiramente é o que ainda não conhecemos. Por isso, uma pessoa interessante pode se tornar mais do que só uma pessoa interessante. E uma amizade pode virar paixão. Platônica ou não.


Pensem num caso. O casal se conhece meio sem querer, num feliz acaso. E tem tanto em comum... Ele ama o entusiamo e pavio curto dela. Ela ama o seu sotaque e o jeito que ele para diante dela. Eles se completam, e são iguais no que devem ser. Ela fantasia tudo que podem ser. O nome dos filhos, a casa onde vão morar, qual será o animal de estimação. Ele fala das viagens que quer fazer, do idioma que quer aprender... do tipo de mulher que quer encontrar. Ela se vê neste modelo que ele cria, mesmo sem semelhanças. Afinal, ele é o seu tipo de homem ideal. Então ele encontra uma mulher. Ela decide que a tal "namorada do amigo" não é a mulher ideal para ele. E acaba, no final, vendo que ele não é o homem pra ela. 

Isto é tão comum... Amigas que vêem no amigo o homem dos sonhos. Amigos que têm a amiga como a mulher perfeita. E se todo mundo tem o costume de dizer que as pessoas tendem à não reparar em quem está ao lado, eu me permito questionar e discordar. Acho que reparamos demais, fantasiamos demais... E não acho que - na maioria dos casos - isto tenha fundamento.


O que acontece é que é muito fácil você se dizer apaixonado por alguém que te ouve, te entende; alguém que cuida de você. É o que todos dizemos que esperamos. E que realmente esperamos. Mas acho que dizer algo e sentir são muito diferentes.

Você não sente só com o coração; você sente com o corpo todo. E infelizmente (ou seria felizmente?) a gente não sente o tempo todo.

O que sentimos é falta daquela emoção, Então colocamos alguém em mente, sonhamos e fantasiamos.  E, às vezes, o coração nem bate mais forte diante daquela pessoa! Bate mais forte ao pensar nela, ao planejar um futuro que não virá, mas não diante da pessoa em si... Isto também já se tornou clichê...


É... acabei me confundindo e falando de um pseudo-sentir. Talvez tenha sido assim porque eu mesma estou vazia, sem esse calor e vivacidade de uma paixão verdadeira. Só pequenas criadas pelas impossibilidades.

Agora me vou. Deixo com vocês um sentimento confuso, um emaranhado de palavras vazias e uma expectativa enorme de que encontrem a tal paixão. 

A verdadeira!


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