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MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Ɗσιѕ Ƥσηт♡ѕ

Estou ouvindo aquela música do Nando Reis. Estou pensando no all star que você devia ter (mas não tem, nem azul, nem de qualquer cor). Estou pensando nas conversas que foram sendo adiadas, principalmente por covardia minha. Estou pensando que o tom com o qual ele canta aquela música, para a tua voz, parece exato.

Estou fingindo que "estranho seria se eu não me apaixonasse por você". Estou me perguntando se algo em nós combina tanto quanto um all star azul combinaria com o meu, preto, de cano alto. Estou me perguntando se há algum sentido em metade desses sentimentos que insistem em me inundar.

Estou pensando em tudo que o compositor desconhecia quando escreveu a canção, mas que mereciam ser musicadas agora. Neste instante, estou pensando nas duas pintinhas que fazem morada embaixo desse seu olhar. Em como tudo sobre mim parece caber nessa linha reta entre esses dois pontos.


E enquanto a canção muda, eu me questiono sobre tudo o que mudou desde que você surgiu. Já escrevi tanto sobre isso, na tentativa vã de compreender, que sinto ainda estar no meio dessa mudança. E a dúvida que me resta é se estarei pronta para que você fique, ou para que você se vá.

Nesses últimos meses tudo parece girar em torno disso: de saber se um dia estaremos prontos para nós dois; se a gente de fato vai saber se estiver. Porque, às vezes, como naquela outra música, acredito que eu esteja um pouco atrasada.

É loucura vir aqui dizer novamente que eu estou com medo? Dizer que nada nesse mundo parece me fazer mais sentido que sua boca em formato de coração? Ou dizer que meu coração acelera quando você sorri?


Tenho um milhão de frases engasgadas, que não me permiti te falar. Tenho algumas lágrimas também, que verto vez ou outra. Elas parecem correr muito mais rápido do que a minha semana, e não têm metade da capacidade que suas mãos nos meus cabelos têm de me acalmar.

Incrível que eu tenha até um fio de cabelo branco agora. Ainda mais incrível que eu sinta que a melanina "fugiu" daquele fio, da mesma forma que as palavras insistem em escapar pelos meus lábios entreabertos.

Se eu lhe falo tanto, e tanta coisa sem sentido, é por puro medo de falar as coisas certas e elas lhe parecerem erradas.


Mas a verdade é que meu corpo inteiro está lutando entre si, em busca de uma forma de sobreviver depois de você. Meu pulmão poupa ar quando se aproxima, para que ele não me falte quando for embora. Meu coração acelera para que eu possa fugir ou lutar. Meu cérebro ainda não decidiu o que vai fazer.

O sangue insiste em ir corar minhas bochechas, apenas para me sacanear. Minhas pernas e pés esquecem de como andar e, na dúvida, eu prefiro ficar parada. Meus olhos decidem sozinhos onde focar, e é por isso que me pego encarando aquelas marquinhas que são só suas; aquele "beijo escondido no canto da boca" tal qual o da Wendy em Peter Pan.

Minhas mãos sentem frio e almejam pelo calor da sua pele. Meus ouvidos procuram as gírias do seu vocabulário. Os lábios não sentem um gosto doce no sal. E eu... não vejo a hora de te reencontrar.


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