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MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Sօɮʀɛ ʍɨʍ

Chegou enfim a hora tão temida de falar sobre tudo aquilo que não conheço ou que conheço tão pouco. Falar sobre o que me dá medo; sobre o que há além do que me cerca. Preciso falar do que corre por dentro. Depois de tanto "mimimi" sobre ele, faltou falar sobre mim. E essa falta eu nem sei se realmente fez falta.

Depois de falar sobre seu sorriso e seus olhos, chegou a hora de falar dessa minha timidez; do que impede que eu me leia nos olhos dele. É hora de falar daquela música, e não de como ela ficaria na voz dele. Tenho agora que entender como ela ficaria em mim.

Não vou mentir e dizer que sei por onde começar (ele mesmo sabe que sou sincera). Tentando organizar minhas ideias, vi que não tenho ideia de quem eu realmente sou. Irracional esperar então que ele me mostre de verdade quem ele é.


Ao longo dessa semana, percebi que sou feita de sonhos. Olhando o céu naquela noite, percebi que sou toda nuvem. Vi que de nada adiantava espera-lo chover, se era primeiramente em mim que estava acumulada toda essa água.

Nesta semana notei que, do frio, vem o calor. Percebi que o abraço mais forte é capaz de apertar até por dentro de nós. Em um segundo, senti todo o ar fugir de dentro de mim. Em ainda menos tempo, deixei que cada pingo de coragem se esvaísse.

E, a esta altura do campeonato, já nem lembro se - de fato - é sobre mim que estou escrevendo agora. Nesses dois meses eu perdi completamente a noção de quem eu sou e do que meu agora é todo dele.

Desde que ele surgiu, tenho me perguntado se algo dele tem se tornado meu também.


E nesse instante, só sei que tenho me pintado com suas cores preferidas e me contraposto naquilo que não há como ignorar. Tenho feito-o não por mal, mas na tentativa de me acumular nele, de acrescentar minhas crenças às dele.

Tenho me revestido de "quando" onde antes eu só via "se". Tenho mudado meus pontos de vista, e me permitido ver tanto potencial em nós. Desde que coloquei meu olhos nele, tenho me importado menos com quem um dia eu fui, e bem mais com quem um dia virei a ser.

Hoje, sendo tão dele sem o ser e sem que ele saiba, tenho sido mais minha do que até então me permitia. Porque, vendo agora o quanto posso amar alguém, sinto-me muito mais leve e muito mais livre do que me sentia quando achava-me incapaz de me prender.


Tendo enfim conquistado a liberdade que tanto acreditei almejar, vi que a felicidade não está no voo, mas no pouso. E sinto que não preciso temer dizer isso em voz alta, muito embora me falte a voz. Também sinto que não é certo esconder amor.

E eu juro - agora para ele - que, quando tiver voz e coragem, vou lhe dizer tudo o que sinto. Vou conseguir te olhar nos olhos sem corar, e te abraçar e respirar ao mesmo tempo. Prometo-lhe o melhor de mim. Se você quiser.

E a mim, prometo tudo o que puder cumprir. O melhor e pior de cada dia. Prometo vida, depois de tanto tempo só de sobrevivência. Sobre mim, fica a incerteza sobre quase tudo e a certeza de uma única coisa: depois dele, sou toda eu.


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