Read around the world / Lea todo el mundo...

MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

sábado, 9 de abril de 2016

𝓒𝓪𝓽𝓪𝓵𝓲𝓼𝓪𝓭𝓸𝓻

Senti necessidade de vir aqui. Necessidade de colocar um ponto final em algo que eu acreditava só haver vírgulas (muitas delas). Porque não suporto ver reticências em algo que definitivamente é um adeus. Mas que me deixa partir mais leve, mais tranquila e mais favorável. Porque eu estava certa desde o início: seria diferente. Embora eu não soubesse o decorrer da reação.

Eu nem preciso repetir aquelas coisas todas: sobre a forma ímpar e - realmente não sei como descrever com outra palavra - magnética com que fui atraída total e tão facilmente em sua direção. Também não dá nem quero negar que, ao menos por um tempo, acreditei que me faz(r)ia bem. Ainda que tenha ocorrido tudo neste intervalo tão breve de tempo. Eu pensava que era ele também um reagente, um conjunto de moléculas que as minhas próprias reconheciam há tempos. Por mais louco e cafona que isso possa parecer.

Mas a questão, no geral, é que eu acreditei. Nele, em mim e, por mais insano (ou normal) que pareça, em futuro. Sem receios, embora admita que devia tê-los tido (aos montes). Fui com mais medo do que cultivei na sombra, em todos os casos anteriores. Dei a cara a tapa tantas e repetidas vezes, que em alguns instantes cogitei se ainda me sobraria um pingo de dignidade. Mas fui. E iria novamente.


No entanto, com o tempo [se é que posso usar essa expressão em algo que não durou um mês (se é que posso usar a palavra "durar" em algo que foi efêmero)] eu vi que gastava muito de mim e que ele se mantinha intacto. Que, de nós dois, tudo aquilo era meu (e isso não é novidade), mas que - de alguma maneira - eu não segurava o fardo sozinha. Quiçá com confidentes improváveis, ou até mesmo escrevendo aqui - para pessoas que nem sei quem são, desta vez.

Só sei que eu sinto que deveria estar doendo, mas não está. Porque apesar de ele não ter se esvaído como certas coisas dentro de mim acabaram se esvaindo, eu realmente sinto que este foi o final da reação. Que está completa, exatamente como devia ser. E que cada texto que aqui escrevi foi um ponto a mais num gráfico imaginário. Que, ao ler todos eles posteriormente, vou descobrir que o produto foi algo positivo, encantador (por que não?). Que ao reagir, me tornei uma pessoa melhor; um produto, o que jamais encontraria apenas somando experiências.

No final das contas, vi que ele não foi a "pior coisa da minha vida" (isso é muito coisa de menina de 19 anos). Foi bom, de uma forma que eu duvidaria se me contassem logo no início. Foi libertador, e permitiu que eu pudesse ser a "melhor coisa da minha vida". E ao nos colocarmos novamente em recipientes separados, isolados, eu realmente acredito que vai ficar tudo bem (e é difícil acreditar, relendo neste instante). Mas, pensando novamente, já está tudo bem. Eu só precisava entender.


Ironicamente, precisei de uma aula em que estava completamente dispersa para despertar. Para entender que nunca foi o homem (embora eu não ache essa palavra própria para a pessoa e contexto); foi tudo sobre ver que eu estava pronta para quebrar a cara novamente (e pra crer - enfim - que o coração não tem mesmo nada com isso).

Eu precisava sofrer um pouquinho para ver que isso não me fazia ruir mais. Que eu conseguiria dormir, e que na manhã seguinte estaria tudo bem. Precisava me sentir confusa, indecisa e vulnerável, para notar que eu ainda sei tentar. E que o problema nunca foi a tentativa e o erro. Foi não saber onde eu queria acertar. E agora eu sei que não é em relação a outra pessoa; tenho que tentar ser o melhor para mim.

E dessa vez eu não fingi; não tentei agradar. Fui tão eu que nem entendo como ele ficou até o final. Aliás, agora entendo. Era da natureza dele continuar ali, quase inerte. Do mesmo modo que é de minha natureza a intensidade, a entrega. Ele participou como um co-fator, como um terceiro. Nesta reação ele foi catalisador, e a única pena é que não vá sobrar nada dele no produto final.


Então, se cai melhor um final mais romântico do que realista...

"Um dia meu professor disse que cada célula em nosso corpo é destruída e substituída a cada sete anos...
Como é reconfortante saber que um dia terei um corpo no qual você nunca terá tocado."

Nenhum comentário: