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MI CASA... SU CASA...

"Toda noite de insônia / Eu penso em te escrever... // Escrever uma carta definitiva / Que não dê alternativa pra quem lê... // Te chamar de carta fora do baralho / Descartar, embaralhar você..."

domingo, 7 de abril de 2013

A♏ORFOBIA

Não vou começar isso com uma saudação, com um bom dia. Vou começar pelo meio porque, se pararmos realmente para pensar, as coisas não tem um início assim delimitado; há continuações... As pessoas entram na sua vida sem que ela pare, sem que ela mude realmente. Você muda, e embora tenha a impressão de que o ambiente também se renove, ele não o faz. Hoje aprendi que o céu não fica mais azul, nem as coisas ficam mais fáceis ou mais difíceis conforme o seu interior se desenvolve. Paixões e desamores, delícias e dissabores... Tudo vem e vai como as ondas de um oceano, tudo nos envolve como o vento.

Ele é tempestade nessa minha calmaria. Ou, talvez, por ser quem é, ele seja a calmaria nessa minha tempestade. Ele me dá a impressão errônea de ajustar todo e qualquer defeito em minha vida, como quem completasse a minha existência e pedisse para eu me encaixar no pedaço que tem minha forma na vida que é dele. Ele parece facilitar meus pés a trilharem esse caminho tão complicado.

Mas será que ele não está aqui consertando problemas que ele mesmo criou?


O olhar dele parece inquisidor; o sorriso parece fazer a chuva parar; o mundo estacionar. E ele parece não notar que eu perco o fôlego quando ele me toca. Mas as coisas não deveriam funcionar dessa forma.

Afinal, um dia você chega à um estágio da vida em que defeitos são mais importantes do que qualidades. A gente para de valorizar só o que é bom, pra aprender a conviver e amar até o que há de pior no outro. Chega uma hora que você aprende que existem muitos homens bonitos, inteligentes, responsáveis e atenciosos no mundo. Mas só um - além disso - será deliciosamente teimoso, perfeitamente desastrado e apaixonantemente irritante.

Em um determinado instante a gente esbarra no que esbarramos constantemente durante toda a vida. Mas pela primeira vez, todos estes erros serão acertos. E perceber isto será seu maior acerto.

Será que ele é esse meu acerto? Será que eu, um dia, poderei ser o acerto dele?


Porque ele tem manias e chatices que eu nem sei por onde começar a descrever ou numerar. Porque ele não gosta do que todo mundo gosta, e gosta menos ainda do que ninguém gosta. Porque ele talvez nem exista; atrás de tanta coisa estranha. Ou até exista, mas não devesse ter nascido nesse mundo. Mas o pior é que, independentemente de ele ser ou não deste mundo, eu só queria que ele fosse do meu mundo!

Eu queria poder falar das bagunças que ele causou ao aparecer. Queria poder contar aqueles segredos que só se divide com o travesseiro e a melhor amiga. Queria poder viver essas histórias que a gente vê no cinema. E queria rir dizendo que amor assim só existe em comédia romântica ("O que a gente tem é diferente. A gente não é assim 'bobo'.")


Eu só queria não sentir tanto medo. Porque desde que ele surgiu, medo é tudo o que existe em mim. Medo de ele um dia descobrir. Medo de nunca poder dizer à ele. Medo quando ele chega; medo quando ele vai. Medo a cada palavra que eu digo e parece não soar tão bem como em minha mente. Medo a cada palavra que eu não devia ter dito. Medo a cada palavra que ele diz e eu não entendo como deveria. Medo de ser amiga demais. Medo de não ser a amiga que eu posso ser. Medo de um dia eu ver que todo esse medo me tirou a chance de encontrar nele aquilo que é mais forte do que o medo. (Porque coragem não é a ausência do medo... Coragem é acreditar que existe algo mais forte do que o medo...)

Enfim... Só queria continuar. Sem ser necessário um fim, agora que ele parece ser um início. 



2 comentários:

Israel Alves disse...

Ótimo texto,ótimo blog como sempre!
Divulgando com orgulho *-*

}]i[{ NINA }]i[{ disse...

Muito obrigada *-*