Será que vale a pena se envolver, entrar de cabeça em um relacionamento que já começa falido? Será que vale a pena apostar todas as suas fichas em alguém que distribui as próprias fichas entre todas as máquinas do cassino? Será que vale investir numa paixão que - embora exista - nunca poderia mesmo se tornar amor?
Me disseram um dia que um homem só vale a pena quando não tem penas suficientes para ser galinha. Mas será que nem toda forma de amor vale toda a luta? Tem mesmo como separar o que é duradouro daquilo que nos faz feliz ainda que por um único instante? Se houver uma maneira, entrego ao passado esta paixão presente. E me presenteio com um futuro.
No entanto, ele é tão lindo! Talvez não de uma forma convencional - é bem verdade que possivelmente não o seja - mas, certamente, pra mim não há beleza comparável neste mundo. Culpa daqueles olhos de cristal; olhos de mel. Olhos de vidro. Vítreos e cortantes. Culpa dos lábios e das eternas palavras que passeiam por entre as curvinhas do sorriso.
A culpa é dele por falar demais. Por prometer o que não se promete e por insistir em desenhar em minha mente esboços do que poderíamos ser. Maldito seja o dia em que eu não mais o quis e passei então a desejá-lo tão ardentemente. Porque querer é consciente; mas desejar vem da alma - mais do que da mente. Eu quero que ele me beije, mas desejo coisas que não conseguiria escrever.
E a culpa é minha por pensar demais. Por não ter me jogado em seus braços contra todas as minhas noções um pouco falhas de juízo. Benditas sejam as ideias que tanto almejo colocar em prática. Aquele beijo no pescoço que ainda não retribui, os olhos em transe, o abraço como aquele que ainda me aquece.
Eu quero me servir da mais rica dose daquele veneno. Quero conhecer cada detalhe da obra. Desejo tudo o que não posso ter. Quero morrer a cada instante naqueles braços. Quero conhecer cada sorriso - um para cada ocasião, cada humor. Desejo viver do que tão logo vai findar. Quero e desejo me afogar no oceano do seu olhar, respirar a maresia do seu perfume e me alimentar desta vida, enfim.
Inadequada seja minha louca paixão. Que me fere sem este direito, e que me cura por remorso (ou talvez para que ele venha e me despedace novamente). Impossíveis sejam estes meus pensamentos. Irracionais e irreais sejam o fogo atiçando o ar, e a água que vem beijar a terra. Malditos sejam os quatro elementos e, bendito seja o "todo" que eles me trouxeram.
Será que gostar assim está errado? Será que alguém pode me condenar por desejar me perder em quem mais quero encontrar? Será realmente que ele não vai valer todos os meus esforços bobos, nem que somente até a madrugada? No final deste "conto de bruxas", minha abóbora terá que voltar a se transformar em carruagem?
Neste "conto sabe-se lá de quê" eu quero mesmo é ficar com o lobo mau na perigosa casa de doces. Nesta história em que eu própria crio o final, o ideal é se conquistar um final feliz todos os dias. Porque quando o caçador me encontrar ninguém vai se importar se eu tiver me apaixonado pelo lobo. Porque ao me resgatarem da casa de doces ninguém terá interesse em saber se as balas de alcaçuz eram as mais saborosas da minha vida.
Quando me encontrarem, vão me mergulhar numa solidão e silêncio de cem anos; e o beijo que vai me libertar não será o dele. Então, só por enquanto - até o resto da minha vida chegar - eu quero 1001 noites com ele. Quero roubar-lhe 40 beijos. Só até que eu possa ir para o Olimpo.
Me disseram um dia que um homem só vale a pena quando não tem penas suficientes para ser galinha. Mas será que nem toda forma de amor vale toda a luta? Tem mesmo como separar o que é duradouro daquilo que nos faz feliz ainda que por um único instante? Se houver uma maneira, entrego ao passado esta paixão presente. E me presenteio com um futuro.
No entanto, ele é tão lindo! Talvez não de uma forma convencional - é bem verdade que possivelmente não o seja - mas, certamente, pra mim não há beleza comparável neste mundo. Culpa daqueles olhos de cristal; olhos de mel. Olhos de vidro. Vítreos e cortantes. Culpa dos lábios e das eternas palavras que passeiam por entre as curvinhas do sorriso.
A culpa é dele por falar demais. Por prometer o que não se promete e por insistir em desenhar em minha mente esboços do que poderíamos ser. Maldito seja o dia em que eu não mais o quis e passei então a desejá-lo tão ardentemente. Porque querer é consciente; mas desejar vem da alma - mais do que da mente. Eu quero que ele me beije, mas desejo coisas que não conseguiria escrever.
E a culpa é minha por pensar demais. Por não ter me jogado em seus braços contra todas as minhas noções um pouco falhas de juízo. Benditas sejam as ideias que tanto almejo colocar em prática. Aquele beijo no pescoço que ainda não retribui, os olhos em transe, o abraço como aquele que ainda me aquece.
Eu quero me servir da mais rica dose daquele veneno. Quero conhecer cada detalhe da obra. Desejo tudo o que não posso ter. Quero morrer a cada instante naqueles braços. Quero conhecer cada sorriso - um para cada ocasião, cada humor. Desejo viver do que tão logo vai findar. Quero e desejo me afogar no oceano do seu olhar, respirar a maresia do seu perfume e me alimentar desta vida, enfim.
Inadequada seja minha louca paixão. Que me fere sem este direito, e que me cura por remorso (ou talvez para que ele venha e me despedace novamente). Impossíveis sejam estes meus pensamentos. Irracionais e irreais sejam o fogo atiçando o ar, e a água que vem beijar a terra. Malditos sejam os quatro elementos e, bendito seja o "todo" que eles me trouxeram.
Será que gostar assim está errado? Será que alguém pode me condenar por desejar me perder em quem mais quero encontrar? Será realmente que ele não vai valer todos os meus esforços bobos, nem que somente até a madrugada? No final deste "conto de bruxas", minha abóbora terá que voltar a se transformar em carruagem?
Neste "conto sabe-se lá de quê" eu quero mesmo é ficar com o lobo mau na perigosa casa de doces. Nesta história em que eu própria crio o final, o ideal é se conquistar um final feliz todos os dias. Porque quando o caçador me encontrar ninguém vai se importar se eu tiver me apaixonado pelo lobo. Porque ao me resgatarem da casa de doces ninguém terá interesse em saber se as balas de alcaçuz eram as mais saborosas da minha vida.
Quando me encontrarem, vão me mergulhar numa solidão e silêncio de cem anos; e o beijo que vai me libertar não será o dele. Então, só por enquanto - até o resto da minha vida chegar - eu quero 1001 noites com ele. Quero roubar-lhe 40 beijos. Só até que eu possa ir para o Olimpo.
Ele é o meu "Conto-de-Fada" às avessas.